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terça-feira, abril 11, 2006

Uma Aventura Num Autocarro dos TST!

Numa terça-feira de manhã bem cedo, um jovem apanha um autocarro com direcção à Costa da Caparica.

Ao entrar no autocarro mostra o passe ao motorista e senta-se no penúltimo lugar.
Duas paragens depois, duas mulheres de meia idade sentam-se atrás do jovem começando a falar da reforma.
Logo na paragem seguinte, deu-se a entrada de uma senhora "tia" loura com os seus 35 anos, aproximadamente, que se colocou em pé perto do jovem e das duas mulheres de meia idade.

Conforme chegou, a "tia" logo meteu conversa com as senhoras de meia idade, dizendo: - Eu acho uma piada a vocês a preocuparem-se com a reforma. Não ouvem o que eles dizem? Não vêem telejornais? Não vai haver dinheiro para vocês, podem ficar descansadas. Não precisam de estar preocupadas.
- Ó cara linda abre-me ali a janela antes que eu morra a respirar este ar. Disse a tia ao jovem.
Obrigada! Disse a "tia" ao jovem após este abrir a janela.
- De nada. Disse o jovem.

Entretanto uma pessoa levantou-se, e ficou um lugar vago perto da "tia". Esta olhou para o banco vago e disse: Jamais poderei sentar-me nesse banco imundo senão a minha saia branca ficava toda negra. Até mesmo este poste, mas enfim. Referia-se ao poste onde se segurava no autocarro.

As mulheres de meia idade iam comentando o que foi dito pela "tia". Esta disse: Pois é, vocês deviam ver mais telejornais, não estão reformadas? Têm tanto tempo, o que é que vocês fazem?
- Realmente tem razão. Responderam as mulheres, rindo-se.
- Riam-se, riam-se. Disse a "tia" no seu discurso firme mas num tom de voz simpático, embora as palavras parecessem sempre arrogantes.
- Ai, esta senhora é muito engraçada. Disseram as mulheres.
- Então e viram o que aconteceu na Costa?
- Não! Responderam as mulheres.
- Então não ouviram falar da onda gigante que inundou a Costa toda?
- A sério? Quando? Não ouvi nada.
- Pois não ouviram porque não vêem telejornais.
- Mas não foi muito divulgado. Disseram as mulheres.
- Não foi por que também não lhes interessa, senão perdiam os turistas.
- Pois, tem razão.
- A Costa é muito perigosa. Ainda à pouco tempo um sobrinho meu ia ficando lá. O mar fez um rodopio e por pouco não ficou lá. E sei de muitas mais história idênticas. Até na Fonte da Telha e praias da Rainha e do Rei.
- Eu sempre tive muito respeito pelo mar. Dizia uma das mulheres.
- Bem, vou-me embora minhas queridas. Adeus, fiquem bem. Disse a "tia".
E lá saiu a loura na paragem em frente ao Hospital Garcia da Horta, em Almada.
- Pois é, mas a senhora tem razão, o mar é muito perigoso. Dizia uma das mulheres, referindo-se à "tia".
- Logo na paragem seguinte, o jovem sai na paragem em frente à estação dos comboios da Fertagus no Pragal, em Almada.

Esta foi uma pequena peripécia da qual fiz parte e achei piada relatar aqui no blog.
Achei muito engraçado a "tia" meter-se com as senhoras do povo falando tão bem com elas sempre num tom amigável e com piada. Embora as palavras aqui colocadas possam parecer arrogantes pois são escritas.

O jovem era eu, claro está.