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quarta-feira, abril 05, 2006

Anti-Hino!

Muitas vezes se discute que há liberdade a mais e que antes do 25 de Abril é que era bom. Dispensando o comentário a esta frase, a verdade é que às vezes a liberdade ultrapassa o limite do aceitável.
Senão veja-se o refrão do hino da Galp para o Mundial de Futebol 2006: "Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro / que o último a chegar é paneleiro."

Após a audição de tal refrão as associações gays e lésbicas manifestaram-se contra o que consideraram ser uma expressão homofóbica.
A Galp, por sua vez, disse que pretendia que a mensagem a ser transmitida fosse de irreverência e originalidade e que não tinha intenção de ofender ninguém. Assim, decidiu alterar a palavra paneleiro para calafeiro.

Dei-me ao trabalho de tentar saber o significado de tal palavra mas sem sucesso. Seja qual for o seu significado, penso que não fica nada bem na frase.

De referir que a Galp ainda assim decidiu alterar a letra da capa de alguns cds que já estavam prontos a ser distribuídos.

Apesar da empresa em questão ter voltado atrás, o refrão original é de um mau gosto incrível. Será que ninguém pensou nisso? Apesar de eu ser licenciado na área de marketing sei que tem de haver limites. A sorte, é que esta notícia não foi muito divulgada, pois até podia sujar o bom nome que a empresa tem. Daí a resposta rápida da Galp.

Nunca fui de defender os gays. Todas as brincadeiras que oiço diariamente passam-me completamente ao lado. Ao contrário de alguns amigos meus que não deixam passar em branco. Curiosamente até são pessoas que não estão tão bem integradas no mundo gay. Mas, de facto, o hino da Galp não me passou ao lado, visto tratar-se de uma das maiores empresas portuguesas com grande impacto na sociedade portuguesa.

Se em 2004 o hino da Galp para o Europeu de Futebol teve o mesmo ou até mais impacto que o hino oficial cantado por Nelly Furtado em Portugal, o hino do Mundial de 2006 corre o risco de passar despercebido a um número restrito de pessoas como eu.

1 Comments:

  • Desculpa?!

    Mas que raio de hino é esse?

    E se querem mudar, em vez de calaceiro (deve ser isso - quer dizer mandrião - uma palavra que toda a gente conhece) por que não continuar na mesma linha "irreverente"? Ficava giro "paraplégico" ou "mongolóide", ou na linha étnica, "preto", ou "monhé".

    A ideia chave a manter, meus senhores, é "anormal". Que é o que melhor descreve a pessoa que aprovou este fantástico (su)hino.

    By Blogger Micronauta, at 06 abril, 2006 13:15  

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