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domingo, dezembro 10, 2006

Beijos e Abraços

No dia 7 de Dez de 2006 fui ver a peça de teatro Beijos e Abraços de Luis Assis.
Nome e figura até então desconhecida para mim.
Este é talvez o comentário de algo a que assisti em que tenho maior dificuldade de comentar. Primeiro porque não vi a primeira peça (no ano anterior) da trilogia (a próxima será em 2008). Segundo porque fiquei com uma ideia da peça após saída da sessão. E por fim, porque após ver o comportamento de Luis Assis numa discoteca temática fiquei com outra ideia da peça.
Para começar, beijos e abraços só de ironia, concerteza.
Gostei da peça pelas coisas reais que retrata das relações amorosas e outras, mais especificamente gays. Muitos foram os que já namoraram com alguém autoritário. Muitos de nós já o fomos também em determinada relação/situação. Muitos já fizeram uma pequena vingança politicamente incorrecta após desconfiar de uma possível traição. Muitos foram aqueles que se tornaram submissos numa relação ao ponto de fazer figuras ridiculas só para agradar quem amam. Swing, violação, sexphone e falta de confiança, foram outros dos temas que marcaram a peça.
Também o nu predominou na peça. Aqui fica a minha maior dúvida. Teria sido todo o nu necessário? Não fora muito dele forçado? Penso que sim.
Mas não terá sido tudo isto uma forma de exibicionismo de Luis Assis? Não quererá ele emergir do nada pela exibição de corpos bonitos também? Não será ele um exibicionista no dia a dia? Não estarei eu a exagerar simplesmente porque o vi a fazer figuras de "bixa" na discoteca? Poderei eu julgar o trabalho dele por isso? Será justo para ele eu apreciar o seu trabalho consoante o que vi fora dele? Não sei. E por isso, não sei bem o que dizer da peça.
Admirei a carga dramática que os actores me conseguiram fazer passar, sem nunca me fazerem perguntar a mim próprio se estavam a desempenhar bem os seus papéis. Conseguiram fazer-me viver todas as situações sem pensar em tudo o que também faz parte da peça mas mais a nível técnico.

Resumindo, talvez possa dizer que gostei da peça (apesar de ter saído incomodado), não gostei do encenador e tudo o que gira à volta dele, gostei do desempenho dos actores, gostei da simplicidade funcional do cenário e fiquei curioso para ver a terceira e última peça para, talvez aí, ter uma ideia mais fundamentada sobre o objectivo principal de Luis Assis.