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domingo, outubro 28, 2007

A Outra Margem

Nascemos e começamos a fazer amizade com quem nos põem à frente. Pais amigos e a amizade dos pais passa para os filhos. O tempo avança e os pais acham graça aos filhos darem-se tão bem. Acabam por fazer planos para o futuro destes.

Diverti-me muito. Ri, chorei, parti camas, beijei, agarrei, corri e até declarei o meu amor ingénuo de criança. A vida quis que nos separassemos e hoje pouco sei dela. Apenas sei que está empregada na área de gestão e é manequim.

Há alturas que o amor destroça-nos o coração e leva-nos a cometer actos impensáveis e, na maior parte das vezes, irreparáveis. São muitas as tentativas de suicidio com e sem sucesso.

Amei e declaram-me amor como nunca ninguém o fez até hoje. Chorei muito. Houvi berros e frases horríveis da minha mãe. E houve uma altura em que estava numa estação de comboios em Benfica e pensei...cheguei-me mesmo à frente...Mas felizmente, voltei para trás.

Há pessoas que vivem uma vida, que não a delas, mas que gostavam de ter. Pessoas que querem ser outras. Travestis.

Já frequentei sitios em que tudo isso é visível. Já vi as mesmas pessoas de dia e á noite. É decadente, triste e acabo por sentir pena.

Há sitios que as pessoas que nasceram na cidade não conhecem. Casas diferentes. Outro tipo de decoração. Modos de vida diferentes.

Devido às férias que passei com os meus pais, conheci tudo isso. E fico grato por isso. Não quero essa vida para mim. Mas admiro quem a tem e é tão feliz. Na cidade, isso não acontece.

Para além da história principal, estes foram os motivos pelo qual adorei o filme A Outra Margem de Luís Filipe Rocha, que está em exibição nas salas de cinema. Para os meus amigos foi um filme mau. Para mim, teve um significado muito especial pois vivi muitas das situações retratadas no filme.



2 Comments:

  • Hey lindo

    Eu até gostei do filme, ou será que não me consideras teu amigo? hehehehehe

    O que interessa é o que sentimos, e não o que achamos se é mau ou não.

    hugs
    Carlos Varela

    By Anonymous Anónimo, at 02 novembro, 2007 22:23  

  • Fiquei com a ideia que não tinhas gostado do filme...

    Tens razão num certo ponto. Podemos gostar de um filme por acharmos que tem qualidade, ou simplesmente, pelo que nos transmite. Eu achei que havia um pouco dos dois. Embora de facto tenha gostado mais pelo que me transmitiu do que pela qualidade do filme.

    Claro que te considero amigo!!!

    Obrigado pelo post. Continua a aparecer, serás sempre bem vindo ao meu blog.

    Abraços! ;)

    By Blogger rmixme, at 04 novembro, 2007 23:24  

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