rmixme

sábado, setembro 05, 2009

Pais

O tempo passa e o valor que dou aos meus pais é cada vez maior. Tenho um orgulho do tamanho do mundo pelos pais que tenho. Sobretudo quando ouço a minha vizinha da frente dizer aos meus pais (quando estou presente): gosto muito do seu filho, é muito educado. Não poderia ter melhor vizinho.

Este elogio poderia encher-me o ego. Mas não. Para mim, o elogio é aos meus pais. É a eles que devo grande parte da minha maneira de ser. Olho para colegas de trabalho ou para crianças que me são próximas e vejo, que tive, de facto uns pais brilhantes.

Como todos os pais, erraram em alguns momentos. Mas souberam dizer-me o que é certo e errado. Isto parece uma frase feita. Mas, na verdade, vejo crianças a serem repreendidas, sem que seja explicado o motivo pelo qual estão a ser chamadas à atenção. Vejo crianças que não sabem brincar, que são deixadas de lado pelos amigos, que pedem a qualquer pessoa adulta que acabam de conhecer para ir brincar com elas, que nunca vão a um jardim brincar… Tudo isto me revolta. Seres humanos estão a crescer sem nenhuma educação, por parte dos pais. Mais tarde, sou capaz de odiá-los quando estiverem a assaltar uma pessoa, eventualmente.

Como posso não amar os pais que tenho? Como posso não deixar de fazer algo que gostava, apenas para agradá-los?

A felicidade que lhes queria dar, penso que dificilmente o farei. Dar-lhes um neto. Infelizmente, da parte do meu irmão, também parece difícil. Enfim, isso é algo importante demais para o fazer apenas para os agradar. Mas é uma decisão que nunca estará completamente de parte, na minha vida. Se no passado foi uma certeza, hoje é algo muito remoto.

O tempo passa e não consigo pensar no momento em que eles me faltem. Sinto que foram e são o amor mais forte que alguma vez tive.

Sim, tenho orgulho. Muito orgulho pelos meus pais.