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domingo, agosto 05, 2007

A Ficção dos Meus Olhos

Os meus olhos não mentem
Vejo o caos implantado à minha volta
O amor que se sente, acorda, vinga-se e trai
O circulo que continua vicioso.
Vivo assustado
Com medo

E os meus olhos estão cheios
Porque faço por perdoar a loucura com carinho
Rio do que não tem remédio
Vivo na inexistência do significado
Sem caminho para os objectivos

Os meus olhos choram
Porque ninguém os vê
Ninguém pára para dizer: estou a ver-te
Mas dizem-me: odeio-te!
Se é assim matem-me!
Pois a minha agressividade latente nunca vai passar disso mesmo
Por isso, matem-me vocês.

Os meus olhos sangram
Vivo nas trevas sombrias
Onde a luz vive atrás de mim
Onde o sublime continua cravado nas minhas costas
Onde a perfeição apenas está nos meus sonhos.
A vida já foi
E já só sigo aquilo de que me lembro
A insensibilidade tomou conta de mim

Os meus olhos?
Hoje já nada dizem
Apenas funcionam para reflectir a vossa imagem.
Sirvo para ser usado.
Mas queria ter a esperança que um dia iria gritar e dizer: Olhem para mim, ok?
Eu estou aqui.
Tenho direito à minha própria vida.
Façam parte dela
Quero as vossas marcas e deixar-vos marcas
Eu só não quero continuar a ser uma ficção dos meus olhos.