Scissor Sisters

É verdade, o grupo do momento esteve em Portugal, na passada sexta-feira, para encerrar a sua digressão europeia com um concerto brilhante. Refiro-me ao grupo do momento, pois no meu trabalho, homens e mulheres das mais variadas faixas etárias adoram Scissor Sisters.

As portas do Coliseu de Lisboa abriram às 20:00, com muito pouca gente à porta. Algo estranho para um concerto que já estava esgotado à vários dias.
Até perto das 21:00 pudemos deliciar-nos com as músicas muito bem escolhidas do DJ Sammy Jo. Depois foi a vez dos Loto aquecerem os ânimos para o ponto alto da noite.
O grupo de Alcobaça deixa muito a desejar em palco, sobretudo por raramente conseguir-se ouvir a voz do vocalista. Contudo, Celebration e, sobretudo, Back to Discos animaram em grande a plateia, agora mais cheia. O êxtase só foi conseguido com os Loto no último minuto de Back to Discos quando surge o inicio de Hung Up de Madonna numa mistura feliz e bem conseguida.

Pelas 22:15, Scissor Sisters sobem então ao palco.
De mal não há nada a dizer, talvez que hora e meia de concerto tenha sabido a pouco. Contudo, percebe-se que assim tenha sido devido ao esforço vocal de Jake Shears e Ana Matronic, que estavam em excelente poder vocal. Muita excentridade por parte do vocalista, sempre muito expressivo, e várias piadas e conversa com o público por parte de Ana Matronic.

Os Scissor Sisters são uma banda americana e como tal, tudo é pensado ao minimo pormenor, não havendo nada de improviso. Talvez por isso possa considerar o concerto dos Scissor Sisters parecido, num único aspecto, ao de Anastacia, em 2004 no Pavilhão Atlântico. Isto porque apesar de terem sido bons concertos tudo foi pensado antes dos artistas entrarem em palco. Nota-se que não houve nada de improviso, de surpreendente para o próprio cantor. Não se trata de uma critica negativa, mas de um facto.
Todos os outros concertos a que fui (à excepção de Madonna que não consegui sentir o concerto) , os vocalistas vão dizendo aquilo que pensam e nota-se que vem de dentro deles naquele momento. No concerto dos Scissor Sisters tudo foi pensado, não sentido. No entanto, foi muito bem conseguido.
Um dos momentos da noite, para mim, foi numa música, cujo nome não sei, em que o vocalista, que estava com uma gabardina transparente, vira-se de costas para o público e mexe ligeiramente o corpo onde todas as luzes estão apagadas à excepção de uma, que atrás do palco fica acesa a apontar para ele. O efeito da luz na gabardina transparente no movimento corporal de Jake Shears foi...
O êxtase maior para a plateia foi com Filthy/Gorgeous, como era de se esperar.
O vocalista, como previsto, despiu-se atirando as meias para um público já deliciado, após já ter simulado sexo oral.
Tal como a critica, também eu digo que este terá sido, provavelmente, um dos concertos do ano.

P.S. - Pena que algumas pessoas pessoas do público estejam mais interessadas em estar com os braços no ar (tapando a visão de outras pessoas) para tirar fotografias durante todo o concerto, do que aproveitar aquele momento para dançar, bater palmas, saltar e divertirem-se.