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sexta-feira, dezembro 07, 2007

personalidades



Susana Félix





Crítica da Time Out
Prestem atenção à voz de Susana Félix, que ela é uma das intérpretes mais cristalinas e naturalmente expressivas da música pop feita em Portugal. Daquelas que são o contrário da horda de cantores que saiu na rifa a este país e que passam carreiras inteiras a mastigar sílabas e a resmungar para dentro, em português sofrível ou, sobretudo, num inglês tão inepto que devia ser punível com prisão.

Com Susana Félix percebe-se. Tudo. O. Que. Ela. Canta. E percebe-se que ela é uma compositora hábil e que desde o terceiro álbum, Índigo (2006), que ela vem largando a pop ricamente ornamentada que a fez conhecida, em favor de um som mais acústico e íntimo. O universo da canção “adulta” e mais resguardada fica a ganhar, mas vai-se sentir falta do dramatismo ainda juvenil que cintilava em Um Pouco Mais (99) e Rosa e Vermelho (02).

Pulsação junta dois inéditos a dez canções já conhecidas do seu repertório, agora em versões despojadas q.b., e reforça a mutação encetada em Índigo. Começa com o single “(Bem) Na Minha Mão”, coisa eloquente que enche o peito de quem a escuta. “Um Lugar Encantado”, a sua segunda melhor canção, tem uma secção de cordas a amparar a voz e a confortar a imensa solidão que ela desenha. Quase nada muda em “Flutuo”, a sua melhor canção, onde há ainda mais e mais terrível solidão. “Fintar a Pulsação” é um pequeno melodrama de um optimismo que derrota qualquer contraditório.

Nada em Pulsação substitui os originais, mas dá uma justa e eloquente visão de conjunto de um nome que merece muita atenção.


Susana Félix
Pulsação
Farol

Jorge Manuel Lopes
terça-feira, 13 de Novembro de 2007


Aqui fica o single de lançamento do álbum Pulsação.